O que você vai ser quando crescer?

Roberta Koche
Trinca137
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3 min readNov 14, 2019

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Há poucos dias ouvi uma frase que me fez refletir sobre o peso das nossas palavras. “É uma afronta perguntar a uma criança o que ela quer ser quando crescer, sendo que ela já é um ser completo desde que nasce”. Pensando nisso, reformulo a pergunta: qual vai ser a sua profissão no futuro?

Astronauta, cientista, bailarina, veterinária. Desde de muito jovem me perguntei que profissão escolheria, ansiosa para saber como seria o meu futuro. Quando eu era criança os sonhos eram amplos e as possibilidades infinitas, mas ao longo do tempo fui sentindo a necessidade de escolher uma carreira para, a partir disso, ter metas, sucesso e estabilidade. Eu estava errada.

Há 17 anos, iniciei minha trajetória profissional e trabalhei em empresas grandes e pequenas, fui empresária, atuei em diversas áreas e durante muito tempo me culpei por não saber exatamente em que caminho profissional seguir. Escolhi cursar administração, pois imaginei que atuaria na área financeira já que gosto de matemática e física. Diferente do que imaginava, meu primeiro trabalho foi na área da aviação, depois disso atuei com RH, fui sócia de uma empresa de sistemas de segurança, suporte comercial, boleira, voltei a atuar no comercial e há 3 anos me reencontrei na área de pessoas. Todas essas atividades me transformaram e são parte da profissional que sou hoje.

Olhando para o passado, entendo que meus pais são de uma geração anterior a minha e, por consequência, me passaram valores e perspectivas de carreira que são diferentes das que minha geração vê como importantes. Para eles, que vem da geração Baby Boomers, era importante ter uma profissão única, mas para mim, que venho da Geração Y, é importante ter múltiplas carreiras.

Se você, assim como eu, se sentiu culpada ou insegura com o rumo que a sua vida profissional estava ou está tomando, relaxa que está tudo bem! Você está passando por um choque de gerações. O quadro abaixo serve para ajudar a entender um pouco mais sobre o cenário vivido, comportamentos, estilos de gestão e metas de carreira de cada geração.

Claro, nem todos que nasceram em uma determinada geração seguem essas tendências, dentro de cada grupo sempre ocorreram exceções. Porém, acredito que muitos vão se identificar com esse conflito, tanto quanto eu. Levei um bom tempo para entender o porquê de ter recebido esse tipo de ensinamento dos meus pais e a razão pela qual segui um caminho diferente. Hoje, me preocupo em entender um pouco melhor as novas gerações e busco tornar mais leve os momentos de transição.

Na época dos meus pais, um profissional de sucesso era aquele que passou a vida toda em uma mesma empresa e foi recebendo “promoções” com o passar do tempo. Esse cenário começou a mudar a partir da geração X e está cada dia mais diferente. Mudamos de empresa e de profissão com mais naturalidade e, em muitos casos, a estabilidade tão valorizada no passado pode ser considerada estagnação.

O cenário mudou, mas será que o modelo de gestão das empresas está preparado para ter pessoas de diferentes gerações? No meu próximo post, vou falar sobre a evolução nos modelos de gestão e o quanto isso está relacionado a cada geração.

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Roberta Koche
Trinca137

Entusiasta do trabalho colaborativo, das relações entre pessoas, do aperto de mão, olho no olho e tom de voz.